Todas as culturas desenvolveram utensílios tapados para cozinhar, desde o vulgar tacho ou panela de todos os dias até outros, mais elaborados na forma ou material de que são feitos e que se especializaram neste ou naquele prato, como as cataplanas, as panelas de ferro com pés, as púcaras, as francesas daubières, até os wok’s orientais que hoje se usam quase sempre destapados mas são na verdade com tampa e, claro, essas inimitáveis peças magrebinas que se designam vulgarmente por tajines, o mesmo nome dos pratos que nelas se cozinham e que encantam quem visita Marrocos.
Uso há anos uma tajine oriunda do Sahara, que vos mostrei aqui e que, sendo excelente, é no entanto grande demais para fazer refeição apenas para dois e por isso comprei agora duas novas tajines individuais, feitas em Portugal, infelizmente não vos sei dizer onde pois não têm qualquer identificação de fabricante. Estas tajines têm a dimensão exacta para fazer um lauto almoço para uma pessoa ou, como foi este o caso, um jantar mais leve para dois.
Ingredientes:
Carne de borrego
Azeite
Cebola
Cenoura
Alhos
Gengibre fresco
Cúrcuma fresca (ou açafrão das índias em pó)
Tomate
Sal e pimenta
Batata cozida
Ervilhas frescas
Azeitonas
Preparação:
Tempere a carne com alho, sal, pimenta , se quiser, especiarias a seu gosto. Rodeie de cebola cortada em gomos grossos,
depois troços de cenoura, lâminas de gengibre e cúrcuma ralada ou açafrão das Índias em pó, que é o mesmo, junte por fim tomate, alhos em fatias, salpique de sal e pimenta, passe um fio de azeite, alguma água que não chegue a cobrir e leve tapado ao forno quente ou ao lume fraco* por cerca de uma hora.
Quando os primeiros vegetais estão assados, leva então as ervilhas frescas, umas tiras de batata cozida e azeitonas
e vai durante cerca de dez minutos, de novo, ao forno (ou ao lume*).Nota: *As tajines marroquinas são sempre feitas ao lume, geralmente de carvão. Se desta vez usei o forno, foi porque não fazia ideia da resistência ao fogo destas novas peças que, apesar de serem aparentemente de grés, são tão diferentes do barro vermelho das marroquinas e não quis arriscar que estalasse mal chegasse ao lume pela primeira vez. Tudo correu bem e penso que da próxima já a farei ao lume directo.